Cobra Grande – Uma das estórias de minha avó que mais impressionava quando criança e que me deixava receoso em tomar banho de rio, era a lenda da cobra grande, de olhos luminosos como dois faróis.
O imaginário popular da Amazônia consagra a Cobra Grande como uma das entidades mais presentes e fortes na mitologia regional. Ganha inúmeras formas encantatórias que envolvem o visível e o invisível, nos inúmeros relatos das populações ribeirinhas desde São Gabriel até Manaus.
Estórias mostram que a Cobra Grande pode ter sido uma transformação de uma sucuriju ou sucuri ou mesmo de uma jiboia que, com o tempo, abandonou a floresta, adquiriu fenomenal volume e imergiu no rio, passando a habitar a parte mais funda, os poções, aparecendo vez por outra na superfície para punir ou proteger o amazônida.
A lenda da Cobra Grande da Amazônia
Uma das lendas da cobra grande diz que há muito tempo atrás havia uma tribo amazônica em que morava uma mulher muito má, que apreciava o sabor da carne de crianças. Um dia a tribo descobriu os feitos dessa mulher e para por fim a suas maldades decidiu jogá-la no rio para que ela se afogasse.
Porém, um espírito do mal, chamado Anhangá, a salvou secretamente e decidiu-se casar com a mulher, que lhe deu um filho homem. Anhangá então transformou o filho em uma cobra para que ele pudesse viver no rio. Só que o garoto, ou melhor, a cobra, começou a crescer sem parar até se transformar na maior cobra do mundo que iria aterrorizar os rios da Amazônia.
Com o tempo a cobra ficou grande para os rios e os peixes já não eram suficientes para poder alimentá-la e logo a cobra começou a caçar e alagar e comer os ribeirinhos que assim batizaram de Cobra Grande. Dizem que quando ela anda sobre terra firme, deixa imensos sulcos marcados pelo seu rastro. Produz banzeiros capaz de alagar a canoa do caboclo sem mesmo chegar a toca-la.
Um dia, aquela mulher perversa que pariu o menino que seria transformado em Cobra Grande morreu. O gigante das cobras sentiu uma dor tão lancinante que toda dor se transformou em ódio e de seus olhos podiam-se se ver chamas de fogo que brotavam do fundo de sua cavidade ocular.
Essas flechas foram atiras ao céu escuro naquela noite de tempestade intensa. Depois desse dia a Cobra Grande se recolheu para o fundo das águas do rio Negro e Amazonas, e dizem que só aparece de tempos em tempos, assustando os ribeirinhos e tribos que moram na Amazônia. Dizem também que a cada grande temporal que é a Cobra Grande que está mudando de rio.
- Gabriel Milito fala em Atlético ‘confiante’ para a final da Copa Libertadores contra o Botafogo - 29 de novembro de 2024
- Roraimense Joenia Wapichana decidirá se Roraima ficará sem energia - 29 de novembro de 2024
- MPF E MPAM cobram R$ 139 milhões para a Central de Medicamentos - 28 de novembro de 2024
Comentários sobre esse post