Falhas técnicas e logísticas impedem a manutenção de cabos subfluviais no Rio Negro, desperdiçando R$ milhões do projeto
O ambicioso projeto “Amazônia Conectada”, que prometia revolucionar o acesso à internet na região amazônica, enfrenta um grave revés em sua implementação no Rio Negro, no estado do Amazonas. Com um investimento inicial de R$ 600 milhões, o projeto não conseguiu manter conexão em cidades no médio e alto Rio Negro, impedindo o acesso a serviços básicos que poderiam melhorar significativamente a qualidade de vida da população.
O projeto iniciado em 2015 fracassou em seu objetivo de manter conectividade às cidades e comunidades ribeirinhas ao longo do Rio Negro, no estado do Amazonas. Após oito anos de implementação, 3 cidades do Rio Negro contempladas no planejamento não está com acesso à internet através dos cabos de fibra óptica subfluviais propostos pelo programa federal.
A iniciativa, que previa a instalação de aproximadamente 7.800 quilômetros de cabos subaquáticos através dos rios amazônicos, tinha como meta principal conectar comunidades isoladas à rede mundial de computadores, proporcionando acesso à educação, saúde e serviços governamentais online. No entanto, levantamentos recentes revelam que as populações ribeirinhas permanecem digitalmente excluídas, enfrentando as mesmas dificuldades de comunicação que tinham antes do início do projeto.
Em municípios como São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, que deveriam ser beneficiados pelo programa, os moradores ainda dependem de conexões via satélite instáveis e de alto custo como a Starlink. Esta realidade afeta diretamente o desenvolvimento socioeconômico dessas localidades.
Comunidades ribeirinhas continuam isoladas digitalmente após 8 anos do início do programa federal
A falta de manutenção adequada e as dificuldades logísticas próprias da região amazônica contribuíram para o insucesso do projeto. Além disso, problemas administrativos e descontinuidade nas políticas públicas resultaram na paralisação de diversas etapas cruciais para a conclusão da infraestrutura.
O impacto desse fracasso é especialmente sentido no setor educacional, onde escolas que poderiam oferecer ensino à distância e acesso a recursos pedagógicos digitais permanecem limitadas a métodos tradicionais de ensino. Na área da saúde, a ausência de conectividade impede a implementação de sistemas de telemedicina, que poderiam proporcionar atendimento especializado mesmo em localidades remotas.
Lideranças locais e especialistas em telecomunicações apontam que a falta de um planejamento adequado e a ausência de participação das comunidades no processo de implementação foram fatores determinantes para o insucesso do projeto. E a falta de uma explicação por parte dos responsáveis também é gritante.
O fracasso do “Amazônia Conectada” evidencia a necessidade de uma revisão profunda nas estratégias de implementação de projetos de infraestrutura na região amazônica. A experiência acumulada ao longo desses oito anos deve servir como aprendizado para futuras iniciativas, ressaltando a importância de um planejamento mais realista e participativo, que considere as especificidades locais e garanta a sustentabilidade dos investimentos públicos.
Burocracia e falta de manutenção dos equipamentos comprometem a rede de fibra óptica na região
O Exército Brasileiro, responsável pela execução do projeto, parece reconhecer os desafios enfrentados, mas argumenta que a complexidade logística da região e as restrições orçamentárias têm limitado significativamente o alcance das ações previstas. A instituição busca parcerias com empresas privadas e outros órgãos governamentais para viabilizar a continuidade do projeto.
Enquanto soluções definitivas não são implementadas, milhares de amazonenses principalmente n cidade de Barcelos, Santa Isabel e Barcelos, permanecem à margem da revolução digital, aguardando o momento em que a promessa de conectividade se tornará realidade em suas comunidades. O sucesso futuro do projeto dependerá, inevitavelmente, da capacidade de superar os entraves burocráticos e estabelecer uma estrutura operacional eficiente e sustentável.
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