O município de Barcelos teve seu início na Aldeia de Mariuá, construída pelo tuxaua Camandri da nação Manau e pelo frei carmelita Mathias São Boaventura. Localizada à margem direita do rio Negro, em 1728 com o nome da Missão de Nossa Senhora da Conceição de Mariuá, palavra indígena que significa “Grande Braço”, porque mari corresponde a grande, iuá, à braço, significa, se referindo ao rio Negro.
Neste mesmo ano chega à Aldeia de Mariuá, Belchior Mendes e sua tropa que, junto com frei Mathias, constroem a capela de Santo Elizeu do Mariuá. Ergueu-se de início, uma capela de palha que mais tarde foi ampliada com a construção de um hospital e de um colégio, formando assim a Missão de Nossa Senhora da Conceição de Mariuá.
A Aldeia foi elevada à categoria de Vila em 6 de maio de 1758, com o nome de Barcelos, tendo sido seu primeiro governador o coronel de infantaria Joaquim de Melo e Póvoas. No ano de 1791, o governador Manoel da Gama Lobo D’Almada mudou a sede da capitania para o lugar da Barra do Rio Negro (hoje Manaus), por ser esta vila melhor localizada geograficamente.
Em 1799, a sede da capitania retornou a Barcelos, porém, em 1806, foi transferida definitivamente para o Lugar da Barra. Em 1816, a mando do governador capitão de mar-e-guerra José Joaquim Vitório da Costa, foram demolidos todos os edifícios existentes em Barcelos, não restando nenhum prédio para contar esta história. N
essa ação foi destruída a igreja onde foi sepultado o brigadeiro de infantaria de Marinha Manuel da Gama Lobo D’Almada, governador que antecedeu a Vitório da Costa.
Barcelos veio a receber novamente foros de cidade por meio do decreto-lei estadual 58, de 31 de março de 1938, e foi designada como Área de Segurança Nacional pela lei federal 5.449, de 4 de junho de 1968.
Anos depois, o Frei Matias foi substituído pelo Frei José de Madalena, que construiu em 1739 a capela de São Caetano.
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Nas primeiras décadas de sua fundação, a povoação apresentava aspecto muito humilde. Além das palhoças dos índios, só havia as capelas de São Caetano (1739) e Nossa Senhora de Santana (1744) fundada pelo Frei José de Madalena, substituto do Frei Matias de São Boaventura, o hospital e o colégio ou seminário (lugar onde eram catequizados os nativos).
Quando da instalação da Capitania de São José do Rio Negro pela Carta Régia de 03 de março de 1755 de autoria de D. José I (Rei de Portugal), o Capitão General Francisco Xavier de Mendonça Furtado, elevou a Aldeia (missão) de Mariuá à Categoria de Vila com foros de Capital da Capitania, em 06 de maio de 1758 tendo sido seu primeiro governador o Sr. Joaquim de Melo e Póvoas.
A partir daí, passou a ser chamada de BARCELOS, em homenagem a cidade portuguesa do Minho, obedecendo, assim, normas contidas no Diretório dos índios que estabelecia que os nomes das povoações indígenas deveriam ser mudados para nomes portugueses.
Mendonça Furtado demorou-se cerca de dois anos em Mariuá. A povoação ainda não apresentava então aspecto agradável. Além das palhoças dos índios só havia as capelas, o hospital e o colégio ou seminário. Ademais o terreno era alagadiço quando havia fortes chuvas ficava inundado em grande parte e as enxurradas cavavam valados profundos. O matagal era enorme.
Mendonça Furtado construiu pontes e aterros no sentido de melhorar as condições do local. Derrubou-se o matagal, abriram-se ruas e uma praça, onde foi levantado um prédio para residência do demarcador espanhol que era esperado.
O palácio das demarcações onde se deveriam realizar as reuniões das comissões de demarcação, e a casa de espera “destinada as cortesias entre os dois demarcadores antes do início daqueles misteres diplomáticos”, também foram construídos.
Mariuá, transformou-se. “Já havia um ar pomposo do centro civilizado”. Sua população era de cerca de 3000 habitantes.
No ano de 1791, o governador Manoel da Gama Lobo D’Almada, transferiu a sede da Capitania para o Lugar da Barra do Rio Negro (Manaus), por estar estrategicamente melhor localizada. Oito (08) anos depois (1799), a sede da Capitania retornou para Barcelos, mas 1806, foi transferida definitivamente para o Lugar da Barra.
A partir dessa transferência, Barcelos entrou num profundo estado de decadência, ficando na condição de simples Comarca. Somente com a chegada dos salesianos no inicio do século 20 é que começou a erguer-se novamente e, através do Decreto-Lei estadual nº 68, de 31 de março de 1938, Barcelos recebeu foros de cidade.
Trinta anos mais tarde é reconhecido como área de segurança nacional pela Lei Federal nº 5.449 de 04 de junho de 1968. Barcelos já contou com a administração de 22 prefeitos.
Em 01 de julho de 1994 é instituído pela Prefeitura Municipal de Barcelos, através do Decreto 005/94, de autoria do Prefeito Valdeci Raposo e Silva o Primeiro Festival do Peixe Ornamental de Barcelos – FESPOB.
Hoje Barcelos é conhecida por possuir um enorme potencial turístico com riquezas naturais exuberantes: praias de areia branca, rios e lagos de águas preta, branca e clara, rica fauna e flora, além de abrigar em seu território o maior arquipélago fluvial do mundo, “O ARQUIPÉLAGO MARIUÁ”.
Aspectos Físicos e Geográficos de Barcelos
Localização: situado na mesorregião nº. 1 , microrregião nº. 01, e código municipal 0040. Dista da Capital do Estado 405 Km em linha reta e por via fluvial 656 Km.
Área Territorial: 123.120,90 Km2
Clima: tropical, chuvoso e úmido.
Temperatura: máxima. 34,3º C, mínima. 19,3ºC e média de 26,3ºC.
Altitude: 40m acima do nível do mar
Coordenadas Cartesianas: situa-se a 0º 58` 1“de latitude sul e a 62º 56` de longitude a oeste de Greenwich.
Limites: limita-se com os municípios de Codajás, Novo Airão, Maraã, Santa Izabel do Rio Negro, com o Estado de Roraima e República da Venezuela.
População: 27.273 habitantes.
Aspectos Econômicos
A produção agropecuária do município é baseada no cultivo da banana, arroz, mandioca e castanha, bem como a extração de madeira, sorva, borracha e gomas não elásticas. Sua produção não supre as necessidades do município, que precisa importar a maioria de seus gêneros alimentícios.
A criação de gado é pequena, apenas para consumo próprio. A pesca é praticada de forma artesanal, com cerca de 700 espécies de peixes comestíveis e ornamentais que são exportados para países da Europa, Ásia e Américas.
Infraestrutura Social
Educação: Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino – SEDUC, mantém na sede quatro escolas, ministrando ensino pré-escolar, educação integrada, ensino médio e fundamental.
Saúde: A Secretaria de Estado da Saúde – SUSAM mantém na sede do município, uma Unidade Mista (tipo IV), destinada a prestar atendimento de pronto-socorro, maternidade, atendimento cirúrgico, odontológico e hospitalar para a população local e da periferia.
Segurança: A Polícia Militar mantém uma delegacia sob a responsabilidade de um Sargento, dois cabos e treze soldados, destinados a manter a ordem e a segurança pública.
Infraestrutura Básica
Energia: a produção e distribuição de energia estão a Manaus Energia, que mantém na sede uma usina à diesel com 3 grupos geradores, somando uma potência total de 490 KVA.
Abastecimento d’água: O abastecimento de água está a cargo d0 SAAE. A captação é do tipo subterrânea. Há um reservatório do tipo elevado com capacidade 65m3.
Comunicações: a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, mantém na sede uma agência postal e telegráfica. As telecomunicações são de responsabilidade da OI, com posto funcionando no horário comercial.
Eventos Culturais
· Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, em 08 de dezembro;
· A Festa do Peixe Ornamental, onde acontecem danças típicas, concursos de beleza e, a tradicional disputa entre os grupos folclóricos “Acará” e “Cardinal”. A festa acontece sempre durante o mês de janeiro.
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