Representantes indígenas do povo Maraguá, do Amazonas, formalizaram denúncias ao Conselho de Direitos Humanos da ONU no início desta semana. Os relatos são sobre o confronto ocorrido na região do rio Abacaxis, em agosto de 2020.
Povo Maraguá do Amazonas denuncia mortes de indígenas à ONU. Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil
Na época, a comunidade dos maraguás, que fica entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte, foi alvo de uma ação policial contra o tráfico de drogas na região, que resultou na morte de dois indígenas mundurukus na terra indígena Kwatá Laranjal.
Um dos representantes do povo maraguá, o indígena Everaldo Castro contou que a operação policial teve consequências irreparáveis.
“Em 2020 nós tivemos um conflito muito grande entre a polícia militar e traficantes, primeiro com a morte de dois policiais. Entraram no município pegando todas as pessoas onde tinham parentes, onde tinham ideia de que havia tráfico de drogas e infelizmente pegaram muita gente inocente. Mataram gente inocente e até hoje não tivemos nenhuma resposta da Justiça. Esses crimes todos continuam inpunes. Dobraram as invasões depois disso, e as ameaças continuam, além das invasões de pescadores, de garimpeiros, de caçadores, de madeireiros, de grileiros de terra. A situação só piorou”, disse.
Ouça esta reportagem em áudio:
Quase dois anos depois, os indígenas ainda pedem apoio da ONU, em busca de respostas e mais segurança aos povos da região, que teriam ficado à mercê de novas ameaças.
“A gente ficou de mãos atadas, sem a presença do estado e com a presença de toda essa espécie de gente, que só quer explorar nossa terra para todo tipo de reações delituosas. A gente pede que a justiça, que o estado faça sua parte e nos dê uma resposta depois de todo esse conflito, e também pede que os culpados paguem pelo que fizeram sejam punidos, porque só quem tá sofrendo as consequências é o nosso povo”, comentou.
As denúncias estão sendo feitas por organizações e lideranças indígenas na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, por videoconferência, devido à pandemia. Além da situação citada, também estão sendo abordadas durante a reunião, temas como violência indígena, violação dos direitos indígenas, discriminação e o enfraquecimento da política indigenista, entre outros assuntos.
Rebeca Beatriz, -Rádio Rio Mar
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