Espetáculo premiado fica em cartaz no Teatro B32, no Itaim Bibi, nos dias 17 a 19 de novembro
O elenco do Ateliê 23 desembarcou em São Paulo, nesta quinta-feira (16), para duas apresentações do “Cabaré Chinelo”, espetáculo premiado que conta a história de mulheres vítimas de um grande esquema de tráfico internacional e sexual no período da Belle Époque no Amazonas. A peça fica em cartaz sexta-feira (17) e domingo (19), no Teatro B32, no Itaim Bibi. A classificação é 18 anos.
Sucesso de público e crítica desde a estreia, o “Cabaré Chinelo” tem a tradição de ingressos esgotados com antecedência em todas as sessões. Para a capital paulista, os bilhetes estão disponíveis para venda em teatrob32.byinti.com.
“Trazemos relevância política ao falar da outra face da belle époque no Amazonas em um lugar que também recebeu o esquema de tráfico sexual internacional”, afirma Taciano Soares, diretor do Ateliê 23, que interpreta o Kafter.
Inspirada na pesquisa do historiador Narciso Freitas, a obra traz Mulata, Balbina, Antonieta, Soulanger, Felícia, Laura, Joana, Luiza, Enedina, Sarah, Maria e Gaivota e propõe ao público uma imersão entre 1900 e 1920, com registros históricos por meio de recortes dos jornais da época.
“Escolhemos quatro momentos para os recortes de jornais de verdade, material presente no programa do espetáculo e disponível em QR Code para a plateia”, destaca Taciano Soares. “Nessas cenas, o público é convidado a abrir o arquivo e ler junto o que foi narrado no jornal da época”.
É a segunda vez que o Ateliê 23 leva o “Cabaré Chinelo” para São Paulo. Em julho deste ano, a companhia apresentou a produção no Sesc Pinheiros e no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. Todas as sessões com ingressos esgotados.
Elenco
Com 17 artistas em cena, a peça conta com Vivian Oliveira, Sarah Margarido, Andira Angeli, Julia Kahane, Thayná Liartes, Fernanda Seixas, Daphne Pompeu, Daniely Peinado, Vanja Poty, Ana Oliveira, Bruna Pollari, Allícia Castro, Taciano Soares e Eric Lima, além dos músicos Yago Reis, Guilherme Bonates e Stivisson Menezes.
O projeto, em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq, tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.
Prêmios
No 17º Festival de Teatro da Amazônia, realizado em outubro, o “Cabaré Chinelo” conquistou três prêmios: “Melhor Espetáculo”, “Direção” para Taciano Soares e “Melhor Figurino” para Melissa Maia. O espetáculo foi indicado ainda nas categorias “Melhor Atriz”, com Vivian Oliveira, “Melhor Ator” e “Trilha Sonora”, com Eric Lima.
A produção concorre no 22º Anual Prêmio Cenym de Teatro Nacional, da Academia de Artes no Teatro do Brasil, como “Melhor Elenco”, “Melhor Figurino” e “Melhor Companhia”. O resultado vai ser divulgado no dia 21 de novembro.
Neste ano, o Ateliê 23 também conquistou o prêmio de melhor atuação nacional no 8º Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás, com a personagem Belinho, vivido por Taciano Soares no filme “A Bela é Poc”, primeiro curta do grupo.
Desde a estreia, em outubro de 2021, no Teatro Amazonas, o curta “A Bela é Poc” tem circulado por festivais, como Circuito Penedo de Cinema, em Alagoas; edição de 2022 do Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte, na capital amazonense; Shorts México, um dos maiores festivais de curtas-metragens da América Latina; e KASHISH Mumbai International Queer Film Festival, evento anual LGBT que acontece em Mumbai, na Índia.
O filme, que faz parte de um projeto que inclui o clipe “Glowria” e a videodança “Azul”, participou ainda da “Expedição Cultural”, do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e foi exibido em nove cidades do interior.
Ateliê 23
Em 2023, a companhia amazonense celebra dez anos de atuação. Com sede no Centro de Manaus desde março de 2015, na Rua Tapajós, 166, o Ateliê 23 tem 30 espetáculos, cinco shows e quatro obras audiovisuais no repertório.
A principal característica do grupo é trabalhar com histórias reais, objeto da tese de Doutorado “Bionarrativas Cênicas: Dispositivos de Comoção em Obras do Ateliê 23”, defendida pelo diretor Taciano Soares na Universidade Federal da Bahia.
Entre obras de sucessos de público e crítica estão “Helena”, selecionado para a mostra a_ponte: cena do teatro universitário do Itaú Cultural e indicado ao Prêmio Brasil Musical; “da Silva” e “Ensaio de Despedida”, indicados para o projeto Palco Giratório, do Sesc; “Vacas Bravas” e “Persona – Face Um”. Este último colocou em pauta o tema transfobia e ficou um ano e meio em cartaz.
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