Trabalhadores da linha de frente pela saúde na região amazônica, principalmente entre os anos 1960 e 1990, os ‘soldados da malária’ hoje pedem socorro para lidar com as sequelas da exposição ao material tóxico que utilizavam. Quase 35 mil homens lutam pelo direito a um plano de saúde compensatório por todos os danos sofridos.
Eles foram agentes da antiga Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam) e borrifavam inseticida pelas casas para acabar com o mosquito transmissor da doença.
O trabalho era em condições extremamente precárias, sem orientação sobre os riscos da atividade ou Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), como relata o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), Walter Matos, que também é um ex-soldado da malária (assista abaixo).
O composto do inseticida, conhecido como DDT (dicloro-difenil-tri-cloro-etano) foi proibido em 1998, após estudos demonstrarem danos à saúde.
Para borrifar o DDT, os agentes usavam apenas um uniforme e um balde de ferro para o preparo do produto. Não havia luvas, máscaras ou qualquer outro equipamento que evitasse o contato com a pele ou a inalação do produto.
Para conseguir o plano de saúde, os trabalhadores precisam que o Congresso Nacional aprove a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 101/2019. A PEC é de autoria do deputado federal Mauro Nazif (PSB/RO) e tem a relatoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), mas ainda depende da criação de uma Comissão Especial para avaliação.
Segundo Walter Matos, quase 1,5 mil trabalhadores devem ser beneficiados no Amazonas e 35 mil em todo o País.
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