A 32º Feira Nacional de Artesanato (FNA), ocorre nos dias 7 a 12 de dezembro, no Expominas, no bairro da Gameleira em Belorizonte. O mercado de artesanato indígena, ribeirinho e caboclo está aquecido, 18 artesãos do Amazonas participam, a mais importante do gênero no Brasil, devem arrecadar R$ 300 mil.
” Eu vendi R$ 10 mil no primeiro dia e creio que vou faturar cerca de R$ 25 mil ao todo” disse a artesã Maria Aparecida Dias, do Núcleo de Arte e Cultura Indígena de Barcelos (Nacib).
A exemplo dela, a artesã Maria Alexandre dos Santos, do Teçume da Floresta,do Careiro Castanho, disse ” que a FNA chegou em boa hora,depois de dois anos de pandemia da Covid19, onde os lojistas dos principais centros consumidores de artesanato do País nos procuram, para renovar seus estoques.Eu já vendi mais de R$ 10 mil e devo atingir um faturamento superior a R$ 23 mil na feira”.
Quem também está vivendo um bom momento comercial, é a artesã indígena Gilda Barreto, de São Gabriel da Cachoeira,uma das mais conceituadas da Cabeça do Cachorro, que estima vender mais de R$ 25 mil na feira.
“As pessoas nos procuram para comprar nosso trabalho e querem novidades, mas também o artesanato tradicional. Por isso, as vendas estão boas, porque o mercado estava represado com a pandemia”.
Mas este “boom” do artesanato amazonense não acontece por acaso, ele é fruto de anos do trabalho do Sebrae Amazonas, que com suas oficinas, rodadas de negócios, orientações de gestão financeira, design e boas práticas de mercado, como entregar aa peças do artesanato dentro do prazo, que foi acordado com os lojistas, independente da complexa logística, tem surtido efeito positivo.
A diretora técnica do Sebrae Amazonas, Adrianne Antony Gonçalves, disse que “um resultado positivo, logo nos primeiros dias da feira, não nos surpreende, mas ao contrário, confirma que estamos na direção certa e justamente, nos incentiva a fazermos ainda mais pelos artesãos amazonenses”.
Ela também frisou que “há uma forte tendência nos estudos de mercado, quanto à valorização crescente do trabalho manual, em especial nas peças utilitárias e decorativas; onde,sem nenhum favor, nossa artesania amazonense tem presença absoluta de qualidade reconhecida pelo mercado mais sofisticado”.
E tudo isso tem se dado em função da gestão direta dos próprios artesãos. Além do trabalho manual,eles tem conduzido com planejamento e práticas avançadas de relacionamento com os clientes diretamente, em função do longo aprendizado com o Sebrae.
Setemp
Mas quem também tem desenvolvido um trabalho qualificado no atendimento aos artesãos, tem sido a Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo do Estado do Amazonas (Setemp), que levou à FNA oito artesãos e artesãs,que tem mostrado boa performance, quanto à qualidade de suas peças e na comercialização.
A secretária da Setemp, Neila Maria Dantas Azrak, tem sido a maior incentivadora da produção amazonense, em todas as calhas do Amazonas. Ela está na FNA e conta que “o bom resultado das vendas, é a prova que há amplo espaço e mercado, para os profissionais da área, que são considerados pelos lojistas dos principais centros consumidores, como diferenciados e detentores de uma tradição oral que faz a diferença.
Neila Azrak disse “que vai além, no apoio aos artesãos, e que dos dias 10 a 19 de dezembro os artesãos que à acompanham estarão com suas obras na Fenearte em Olinda, Pernambuco.
“Estamos oferecendo toda a logística do transporte das peças, tanto aqui na FNA, como no Nordeste”, salientou.
Feira em Manaus
A coordenadora da comitiva de artesãos do Sebrae, Lilian Simões, disse “que o sucesso observado na FNA permite sonhar mais alto e criar uma feira de envergadura nacional de artesanato da floresta amazônica em Manaus.
O que poderia ser feito com qualidade no Centro de Convenções Vasco Vasques. O Amazonas é protagonista na área, como tem evidenciado o mercado, que recebe muito bem, o que se produz aqui na região”.
Lojistas
A empresária Inês Dias comprou R$ 3 mil de artesanatos de Maués em 15 minutos. ”São lindos e originais. É isso que queremos. Meus clientes em Tremembé, interior de São Paulo, vão adorar”.
A artesã Beatriz Batista Macedo da Associação de Artesãos Unidos para Vencer (AAUV),de Maués, disse “que as vendas tem sido muito rápidas e que já faturou mais de R$ 10 mil. É a primeira vez que estou aqui, mas quero vir sempre”.
A lojista Silvia Monteiro, dona de duas lojas, sendo uma em São Paulo e outra em Paraty, no Rio de Janeiro, disse “que o artesanato amazonense é muito qualificado e que as cestarias, sua especialidade de vendas, são bem recebidas pelo mercado. Tem também, os aspectos sociais, antropológicos, artísticos e étnicos, que colaboram como elementos agregados”, salientou.
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