Marcelo Soares de Almeida morreu em uma troca de tiros com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), na tarde dessa terça-feira (25/03), no município de Urucará (a 261 quilômetros de Manaus). Segundo a PC-AM, além de ter envolvimento com tráfico de drogas, o homem também era suspeito de estuprar e engravidar a própria sobrinha, de 13 anos.
A operação denominada “Ponto Final”, foi coordenada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e pela 45ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Urucará.
De acordo com o Mário Paulo, diretor do DRCO, as investigações começaram após denúncia feita pela mãe da vítima em janeiro deste ano, após suspeitar que a filha estava grávida.
“Em exames realizados em Manaus, a gestação foi confirmada e a adolescente revelou que vinha sendo abusada pelo tio desde setembro de 2024, enquanto a mãe fazia tratamento de um câncer. A jovem afirmou que não denunciou antes por medo, pois o suspeito ameaçava matá-la junto com o irmão caçula caso falasse sobre os abusos. Ele causava um grande temor porque andava ostentando arma de fogo, ameaçando pessoas”, revelou o delegado.
Confronto e morte
Após investigação policial, o pedido de prisão preventiva do suspeito foi expedido pela Justiça. Durante a tentativa de prisão na casa de Marcelo, na comunidade Santo Antônio, região do rio Comprido, ele reagiu à abordagem e disparou contra os policiais, que revidaram. Ele foi socorrido e levado a uma unidade hospitalar, mas não resistiu aos ferimentos.
O diretor do DRCO explicou que Marcelo já era monitorado por seu envolvimento com o narcotráfico.
“Ele era faccionado e atuava na logística do tráfico, ajudando no transporte de drogas da fronteira do Alto Solimões até o Pará. O Marcelo tinha o papel de entreposto no tráfico, fornecendo comida, suprimentos, combustíveis e até apoio mecânico para os traficantes que passavam pela região”, afirmou.
Histórico de crimes e ameaças
De acordo com o delegado Mateus Moreira, titular da delegacia de Urucará, Marcelo também era suspeito de outros crimes de estupro na comunidade.
“Além de atuar no tráfico, também investigamos pelo menos outros cinco casos de abuso sexual contra crianças. Para mascarar suas ações, ele promovia festas e distribuía dinheiro, mas usava essas ocasiões para se aproximar de novas vítimas”, disse.
O delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga destacou que Marcelo era considerado um criminoso perigoso.
“Também recebemos informações inclusive de que algumas pessoas que trabalhavam para ele alguns vieram a óbito provavelmente por homicídio praticado por ele”, contou o delegado.
Investigações continuam
As autoridades seguem investigando o caso e buscam identificar outros integrantes da organização criminosa liderada por Marcelo. O delegado Mateus Moreira pede que mais vítimas denunciem.
“Sabemos que ele tinha cúmplices e que os abusos podem ter feito mais vítimas. Estamos empenhados em garantir que todos os responsáveis sejam punidos”, afirmou o delegado de Urucará.
A polícia também investiga a participação de um ajudante de pedreiro nos crimes de estupro cometidos por Marcelo. Ele também estaria na casa em que o suspeito morava com a sobrinha, e teria abusado da adolescente.
“Esse é mais um caso de abuso intrafamiliar e vamos continuar as buscas para responsabilizar todos os envolvidos”, concluiu o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI).