Candidatos aprovados em concursos da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) voltaram a se manifestar na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta quarta-feira (02/04), cobrando a nomeação dos classificados no concurso da Polícia Militar do Amazonas (PMAM). Na galeria, os aprovados exigiram uma reunião com representantes da Casa Civil para discutir prazos e o cumprimento da promessa de convocação feita pelo governo estadual.
A manifestação ocorre após o governo ter convocado 500 aprovados no início do ano. Em pronunciamentos anteriores, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), afirmou que o chamamento será feito conforme a disponibilidade orçamentária do estado, mas não especificou prazos exatos para a efetivação.
A categoria argumenta que o número de convocados é insuficiente e cobra a nomeação do restante dos classificados, conforme o compromisso assumido pelo governador Wilson Lima desde 2024.
Tensão
O protesto na galeria da Aleam foi marcado por momentos de tensão. Em meio aos discursos e palavras de ordem, uma das candidatas aprovadas se exaltou ao cobrar a convocação, afirmando que a nomeação é um direito adquirido após a aprovação no concurso. A situação exigiu a intervenção da equipe de segurança da Casa, que removeu a manifestante do local.
O presidente Roberto Cidade pediu calma e ressaltou que essa demanda já não cabe mais aos deputados, mas que mesmo assim eles iriam tentar articular resoluções.
“Aqui nessa casa todos se sensibilizam com o pleito de vocês. Teve o concurso, uma parte já foi chamada. Vocês já vieram nessa casa, já conversamos e agora é esperar uma nomeação da Casa Civil. Já liguei para a Casa Civil e estou esperando umas resposta. Não temos por que prejudicar vocês. Infelizmente, não é um pleito que vai ser resolvido aqui”.
Categoria quer respostas concretas
Os manifestantes reforçam que a falta de informações concretas gera incertezas e frustrações entre os candidatos, especialmente diante do déficit de efetivo na segurança pública do estado e da situação de desemprego vivida por eles. Segundo os aprovados, a necessidade de reforço na tropa é evidente diante do aumento da criminalidade e da sobrecarga de trabalho enfrentada pelos policiais em atividade.
Uma aprovada, que preferiu manter sua identidade preservada, revela que prestou o certame antes de engravidar e agora os gastos são dobrados e ela segue desempregada. Além disso, ela conta que já foi alvo de retaliação por morar em uma “área vermelha”. De acordo com ela, criminosos não quererem policiais na área e ela precisou fugir do local.
Um segundo aprovado que intitula como “Silva”, revelou que está desempregado desde setembro do ano passado, quando Wilson prometeu a nomeação. Ele, que é chefe do lar, aponta estar vivendo dificuldades para comprar mantimentos e pagar contas de água e luz.
Reunião
Após o ato, representantes dos aprovados foram encaminhados para uma reunião com deputados. O objetivo é articular as tratativas com a casa civis.