Em um discurso no Congresso dos Estados Unidos, Donald Trump fez nova defesa de sua política protecionista, com planos de aplicar uma série de outras taxações, e citou o Brasil como um dos países que, segundo ele, sempre “usaram tarifas contra os EUA”.
O presidente dos EUA também citou União Europeia, Índia e Coreia do Sul, além de México e Canadá neste trecho do discurso, fazendo menção ao que ele chama de “tarifas recíprocas”, modalidade que pretende aplicar a partir de 2 de abril. Ele afirmou que esses e outros países taxam produtos americanos em mais de 100% ou duas ou até quatro vezes a média das tarifas nos EUA.
“As tarifas não servem apenas para proteger os empregos americanos. Servem para proteger a alma do nosso país”, disse, embora tenha reconhecido que “algumas perturbações” serão registradas.
“Outros países têm utilizado tarifas contra nós durante décadas, e agora é nossa vez de começar a utilizá-las contra eles”, afirmou.
Trump impôs tarifas aos países vizinhos porque, segundo ele, “permitiram que o fentanil entrasse” nos Estados Unidos “em níveis nunca vistos antes”.
Ele afirmou que os cartéis de drogas mexicanos representam “uma grave ameaça” à segurança nacional, traficam o opioide sintético, que provoca dezenas de milhares de mortes por ano no território americano, e cometem estupros e assassinatos.
“Os cartéis estão travando uma guerra contra os Estados Unidos, e é hora de os Estados Unidos travarem uma guerra contra os cartéis, que é o que estamos fazendo”, disse ao Congresso. Ele recordou que incluiu vários cartéis na lista de organizações terroristas.
O presidente mencionou de passagem a Ucrânia. Poucos dias após um confronto verbal no Salão Oval da Casa Branca com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, reiterou que é necessário acabar com a “guerra sem sentido”.
Ele disse que recebeu uma carta de Zelensky na qual ele afirma estar “preparado” para negociar a paz com a Rússia e assinar um acordo de minerais com os Estados Unidos “a qualquer momento”.