De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o estado enfrenta a pior seca em 122 anos de monitoramento. Preço do tucumã, uma fruta típica do Amazonas, dobrou.
No Norte do Brasil, a seca dos rios tem impacto sobre a economia do Amazonas e as famílias de mais de 800 mil pessoas.
Nenhum navio cargueiro consegue atracar em Manaus. Em uma operação inédita, os dois portos da capital montaram terminais fluviais no meio do Rio Amazonas, na cidade vizinha de Itacoatiara.
Os navios descarregam as mercadorias em balsas que, por serem menores e mais leves, conseguem navegar por trechos críticos do Rio Negro e levar para Manaus alimentos e insumos para a indústria.
Mas essa ação tem um custo: a chamada “taxa da pouca água” ou “taxa da seca”, que tem provocado aumento nos preços.
As transportadoras estão cobrando até R$ 32 mil para levar um único contêiner até Manaus – praticamente o dobro do cobrado em 2023, até então a pior seca da história. Segundo os empresários, a cobrança começou em agosto, dois meses antes do previsto.
“O lojista não tem condições de ficar com isso. Ele está repassando. A parte ruim é que os produtos vão ficar mais caros para toda a população do Amazonas e de Roraima, porque toda a carga de Roraima passa por aqui”, afirma Ralph Assayag, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus.
A “crise do tucumã” é um dos reflexos da seca no Amazonas em 2024, que já afeta o preço de diversos produtos. O caso do fruto exemplifica os motivos por trás do aumento do valor dos itens nos mercados e feiras.
Até o tucumã chegar no prato do amazonense, ele passa pelo cultivo e depois é vendido aos comerciantes. Para isso, quem o comercializa precisa comprar as sacas e pagar o transporte.
Além disso, os frutos estão chegando verdes em Manaus por medo de que, em breve, as regiões que distribuem fiquem isoladas com a seca. A fim de evitar que percam o produto, eles vendem para amadurecerem já na capital.
O preço do tucumã, uma fruta típica do Amazonas, dobrou: “O quilo está R$ 100, meio quilo está R$ 50”.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o Amazonas enfrenta a pior seca em 122 anos de monitoramento. Todos os 62 municípios estão em situação de emergência.
Claudiomiro Carvalho Filho, representante das transportadoras, disse que a cobrança da taxa é inevitável.
“Não tenho dúvida: é um serviço a mais. O navio precisa transbordar a carga lá e tem o serviço lá. Então, o navio reduz sua capacidade para ele chegar até Itacoatiara, e as balsas são mais limitadas com a sua capacidade de carga. Então, não tem como não ter uma sobretaxa, não tem como não ter um sobrepreço neste período”, diz Claudiomiro Carvalho Filho, presidente da Abani.
O Ministério Público abriu investigação e apura possível abuso de poder das transportadoras.
O post Seca dos rios impacta na economia do Amazonas;‘taxa da pouca água’ provoca aumento nos preços apareceu primeiro em Portal Você Online.
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