À medida que as tropas de Israel concluem o cerco à Cidade de Gaza, ponto mais denso do território palestino, os militares preparam-se agora para adentrar a impressionante rede de túneis subterrâneos escavados pelo Hamas. Essa rede é chamada de “metrô de Gaza”, e segundo membros do Hamas possui 500 km de extensão, mas que os israelenses acreditam que não passem de 300 km.
É ali que estão os centros de comando da facção islâmica, assim como seus depósitos de armas, alimentos e combustível. Também nos túneis que estão os 240 reféns israelenses sequestrados nos atentados.
As suas tropas entraram mm Gaza em 27 de Outubro, iniciando em seguida o trabalho de mapear e destruir os túneis. Em 8 de novembro, as Forças Armadas anunciaram já terem destruído 130 passagens subterrâneas, principalmente na parte norte da Faixa de Gaza.
Segundo o governo israelense, o Exército vai utilizar uma extensa variedade de recursos tecnológicos para diminuir os riscos. O primeiro grande desafio será mapear a distribuição dos túneis. Nesse processo de mapeamento, os israelenses pretendem reduzir as baixas utilizando drones de vigilância.
Do alto, esses artefatos conseguem identificar sinais de movimentação humana, por exemplo, evitando encontros surpresa com o inimigo.
Eles também conseguem registrar se determinado grupo entrou num edifício e não saiu nas horas seguintes, o que demonstraria que ali há um túnel com saída em outro ponto.
As tropas também vão utilizar radares com sinais capazes de penetrar até 30 metros abaixo da superfície do solo, possibilitando encontrar sinais de movimentação humana.
Satélites de vigilância também serão fundamentais. Do espaço, eles são capazes de detectar variações na altura da superfície da ordem de milímetros.
Outra carta na manga dos israelenses será a detecção acústica. Sensores de vibração podem facilmente detectar a escavação de novos túneis mesmo em grande profundidade, já que as ondas mergulham a mais a mais de 100 metros no subsolo.
Já redes de fibra óptica podem detectar vibrações subterrâneas como o caminhar de seres humanos. Tecnologia ainda ultrassecreta, vendo sendo empregada na fronteira entre os Estados Unidos e o México para impedir a entrada de imigrantes ilegais e o contrabando de drogas.
Uma estratégia já em andamento é a utilização de bombas que penetram o solo para em seguida explodir. O problema é que vários dos túneis estão sob infraestrutura civil, o que poderia resultar na matança de inocentes.
Responsável por controlar a fronteira sul de Gaza, o Egito empregou, nos últimos anos, outra técnica para destruir os túneis do Hamas que saem em seu território.
Com ajuda de Israel, os egípcios despejaram toneladas de concreto nos túneis, inviabilizando sua reutilização por terroristas.
Como será impossível transportar quantidade suficiente de concreto para dar conta da enorme rede subterrânea, os israelenses pretendem agora utilizar uma espécie de “bomba de esponja”.
Esse artefato possui elementos químicos que, quando misturados, se expandem, formando uma espuma densa e impermeável.
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