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Aumento de abandono de animais no AM gera preocupação entre protetores

O aumento dos casos de abandono de animais em Manaus tem preocupado ativistas e protetores. A situação reflete uma combinação de fatores socioeconômicos e a falta de conscientização, colocando em risco a saúde e o bem-estar tanto dos animais quanto da população.

O abandono é considerado uma forma de maus-tratos e pode ter consequências graves para os animais e a sociedade. Em 2024, foram registrados 563 crimes de maus-tratos a animais em todo o estado, conforme dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP). Desses, 448 ocorreram na capital amazonense. Os dados abrangem diversos tipos de ocorrências relacionadas aos animais, uma vez que a pasta não segmenta os registros por categoria.

Presidente da Organização Não Governamental (ONG) ComPaixão e ativista da causa animal há pelo menos 16 anos, Jaqueline Soares ressalta que parte dos abandonos ocorre porque as pessoas adotam ou compram animais sem ter noção da responsabilidade envolvida em cuidar deles.

“Esses abandonos refletem a falta de planejamento, que envolve dinheiro, rotina e tempo. Há um impulso na hora de adotar ou comprar apenas porque o animal é ‘bonitinho’, sem nenhum conhecimento das suas necessidades”, afirma.

Ela também destaca que o abandono começa quando os animais não recebem os cuidados e direitos básicos. “Abandono não é só deixar o animal em locais públicos. É também mantê-lo isolado, acorrentado, sem alimentação adequada, sem água, sem abrigo apropriado e sem acesso a atendimento veterinário. Tudo isso é abandono”, acrescenta.

Riscos à saúde pública

O aumento do abandono também representa um risco à saúde pública. Animais abandonados podem ser vetores de doenças como a raiva e a esporotricose. Apesar das campanhas, as entidades públicas não conseguem atender todos os animais em situação de rua.

“Esse tipo de micose pode provocar lesões graves na pele e em outros órgãos de humanos e animais, especialmente nos gatos. Para eliminarmos essa doença, é essencial que as equipes de saúde estejam qualificadas para identificar os sinais, tratar os casos adequadamente e adotar medidas de prevenção e controle”, ressalta Fernanda Dockhorn, coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi).

Penalidades

O abandono é considerado um ato de maus-tratos e está previsto na Lei nº 9.605/1998, que trata de crimes ambientais. A pena para quem abandona um animal pode incluir prisão e multa, podendo ser ainda mais severa caso o animal venha a óbito em decorrência do abandono.

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