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O Amazonas é hoje o terceiro estado com maior proporção de evangélicos do Brasil, conforme apontam dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (06/06). O levantamento mostra que 39,37% da população amazonense com 10 anos ou mais se declara evangélica, ficando atrás somente do Acre (44,4%) e de Rondônia (40,6%).

O avanço evangélico no estado contrasta com a significativa redução do número de católicos. Em 2010, 60,01% da população amazonense se declarava católica. Doze anos depois, esse número caiu para 47,39%, uma perda de 12,6 pontos percentuais. No mesmo período, a população evangélica cresceu 8,81 pontos, passando de 30,56% para os atuais 39,37%.

Avanços e declínios nos municípios
Os dados municipais reforçam o cenário de mudança no perfil religioso do Amazonas. Em 2010, em nenhum dos 62 municípios do estado os evangélicos superavam 50% da população religiosa. Já em 2022, essa marca foi atingida em sete municípios. Enquanto isso, os católicos, que antes predominavam em quase todos os municípios, hoje estão abaixo dos 50% em mais da metade deles.

Nos municípios de Itamarati e Juruá, por exemplo, o catolicismo sofreu quedas drásticas. Em Itamarati, o número de católicos caiu de 78,1% em 2010 para 46,7% em 2022, uma redução de 31,4 pontos. Já os evangélicos passaram de 13,7% para 39,8% no mesmo período. Em Carauari, os evangélicos também cresceram significativamente, passando de 22,7% para 46,8%.

Por outro lado, municípios como Boa Vista do Ramos e Santa Isabel do Rio Negro registraram crescimento do catolicismo.

Diversidade religiosa ainda é minoritária
Apesar da ascensão evangélica, o Amazonas apresenta pequenos passos em relação à pluralidade religiosa. As pessoas que se declararam seguidoras de “outras religiosidades” representam 4,57% da população, colocando o estado na quinta posição nacional nesse quesito. Entre os sem religião, o Amazonas aparece com 7,38%, abaixo da média nacional de 9,3%.

As religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé, também registraram crescimento: passaram de 0,06% da população em 2010 para 0,33% em 2022, estando presentes em 44 municípios, contra apenas oito no Censo anterior. Manaus lidera com a maior concentração desses praticantes (0,53%) seguida de Iranduba (0,44%).

Já o Espiritismo aparece com 0,38% da população e se faz presente em 36 municípios do estado. Envira é o município com maior proporção de espíritas (0,77%).

Tendência nacional
O aumento de evangélicos na população brasileira continua crescendo em todo país. Nacionalmente, o levantamento evidencia que 26,9% dos brasileiros, ou seja, mais de um quarto da população, se identificavam como seguidores dessa denominação religiosa.  O grupo dos evangélicos foi o que mais cresceu entre 2010 e 2022 (5,3 pontos percentuais), segundo o IBGE, já que, segundo o Censo anterior, de 2010, eles representavam 21,6% dos brasileiros, um pouco mais de um quinto da população.

Apesar disso, o instituto mostrou que o ritmo de crescimento dessa religião caiu. De 2000 para 2010, por exemplo, a alta havia sido de 6,5 pontos percentuais (de 15,1% para 21,6%). De 1991 para 2000, o avanço foi de 6,1 pontos percentuais (de 9% para 15,1%).

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