Entre 2021 e 2023 o Amazonas registrou 1.988 casos de estupro de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. O número foi divulgados nesta terça-feira (13) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência). No período, foram contabilizados 164.199 casos em todo o Brasil.
O relatório “Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil” revelou um aumento preocupante nos casos de estupro no Amazonas.
Em 2021, foram registrados 321 casos, representando uma taxa de 22,2 casos por 100 mil habitantes. Em 2022, esse número subiu para 753 casos (52,2%), e em 2023 atingiu 914 registros, com uma taxa de 63,3 por 100 mil habitantes.
Essa tendência de alta é ainda mais evidente na comparação entre os anos de 2021 e 2022, quando houve um aumento de 134,6% nos casos com a taxa mais do que dobrando.
Esses números são calculados com base na população de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, segundo o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em uma análise nacional, observa-se que o Brasil alcançou em 2023 a marca de 116,4 estupros por 100 mil habitantes na faixa etária de 0 a 19 anos, um aumento significativo em relação a 2021 quando a taxa foi de 86 por 100 mil.
O Mato Grosso do Sul lidera as taxas de estupro no país nos três anos analisados, com 275,1 casos por 100 mil habitantes em 2023; 224,2 em 2022; e 252 em 2021. Esses números indicam uma alta e consistente incidência do crime no estado.
Rondônia também apresentou um crescimento preocupante em 2023, com uma taxa de 234,2 e um aumento de 45,8% em relação ao ano anterior. Em Santa Catarina, houve um aumento de 68,2%, com uma taxa de 192,9 em 2023. Por outro lado, a Paraíba se destaca entre os estados com menores taxas, variando de 31,5 em 2021 a 38,1 em 2023.
Distribuição por idade
Os dados revelam que a faixa etária de 10 a 14 anos foi a mais afetada pelos estupros em 2023, com uma taxa nacional de 224,4 por 100 mil habitantes.
No Amazonas, os índices também mostram um crescimento preocupante. Entre crianças de 0 a 4 anos, a taxa passou de 9,7 em 2021 para 22,7 em 2023.
Para crianças de 5 a 9 anos, as taxas foram de 20,4 em 2021, 49,8 em 2022 e 58,5 em 2023. Na faixa etária de 10 a 14 anos, os registros saltaram de 45,8 em 2021 para 140,5 em 2023.
Entre adolescentes de 15 a 19 anos, o maior número de casos foi registrado em 2022, com uma taxa de 37,5 por 100 mil habitantes. Em 2021, a taxa foi de 13,3, e em 2023, 32,3.
A maioria dos casos de estupro, especialmente na faixa etária de 10 a 14 anos, foi cometida por pessoas conhecidas das vítimas, atingindo 85,7% dos registros.
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