5/5 - (2 votos)
Visuliazação: 225

O antropólogo Edward Luz criticou o processo de demarcação de terras indígenas na Amazônia. Com atuação técnica junto à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), ele apontou inconsistências e impactos negativos sobre a população não indígena, especialmente os povos mestiços distribuídos, por exemplo, no município de Barcelos (AM).

Durante o XV Seminário sobre o Povo Mestiço debate Racismo Institucional e desafios da demarcação de terras no Amazonas, realizado nesta quinta-feira, 12, na no Auditório João Bosco de Lima, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Edward Luz alertou que a demarcação pode tirar de Barcelos até 85% de seu território, com impacto às atividades econômicas essenciais – no total são mais de 40 segmentos -, como a pesca esportiva.

Edward Luz advertiu que milhares de indígenas e não indígenas que residem na área urbana da cidade de Barcelos serão afetados em suas atividades de subsistência como pesca, caça e extrativismo. “Depois que a área é declarada indígena não é permitido mais o usufruto dos recursos naturais nem entrada na área federal”, comenta.

O antropólogo disse, ainda, que os não indígenas residentes na área pretendida são identificados, perdem a titularidade de suas áreas e são expulsos no processo de desintrusão da Terra Indígena (TI).

Segundo o antropólogo, uma possível restrição dessas atividades no município do Médio Rio Negro traria consequências sociais e econômicas danosas para a região, como o aumento do desemprego em massa e o colapso de uma das principais fontes de renda do município.

Edward Luz alertou que, independentemente dos impactos econômicos, a situação representa, também, um apagamento institucional do povo mestiço que construiu a história e sustenta a economia local.

“Muitas das áreas demarcadas como territórios indígenas não correspondem a terras tradicionalmente ocupadas, mas se estendem por regiões habitadas por populações mestiças e tradicionais há gerações”, adverte.

O seminário foi promovido pelo movimento Nação Mestiça, com apoio da Assembleia Legislativa do Amazonas, Governo do Estado, entidades comunitárias e órgãos municipais.

O evento reuniu lideranças comunitárias, pesquisadores, autoridades e representantes de movimentos sociais para discutir os impactos da marginalização do povo mestiço e os desafios atuais enfrentados no Brasil, especialmente na região amazônica.

  • TAGS
Visuliazação: 225
PUBLICIDADE

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui