Produção audiovisual, que teve como diretor um surdo, prioriza a comunicação em libras
Manaus – Pela primeira vez um produto audiovisual, no Amazonas, é produzido integralmente utilizando a LIBRAS como língua principal, explica a idealizadora do projeto, a jornalista e produtora cultural, Natália Lucas.
(Foto: Divulgação)
“A comunidade surda, diante da cultura ouvinte, está sempre representada em segundo plano através de legendas ou janelas de interpretação em língua de sinais. Na ‘Amazonas em Libras’ buscamos trazer para um único plano, para uma única tela a língua oficial da comunidade surda”, destaca.
O público ouvinte também poderá acompanhar o produto, pois ele conta com narração e legenda em português. “Algo que vai permitir que famílias com surdos e ouvintes possam consumir a websérie juntos”, explica Natália Lucas.
A produção, além de colocar a LIBRAS em primeiro plano, buscou, ainda, empoderar e inserir os surdos dentro do universo audiovisual. Isso porque a websérie contou com contou com um membro do povo surdo que dividiu a direção da produção com a idealizadora do projeto. O estudante de Letras LIBRAS, Ednilton Barreto, é surdo e atuou como diretor e consultor de acessibilidade do projeto.
“Como ouvinte eu posso pensar numa websérie para surdos, mas não tenho como produzi-la sem a participação deles. O surdo é o nosso protagonista principal. Por isso, a produção foi desenhada para atender as especificidades culturais e linguísticas da comunidade surda. E o Ednilton teve papel primordial dentro de todo o processo. Nada era feito sem a validação dele. Foi muito bonito perceber que ele se sentia parte do processo e que isso despertou nele a vontade de se aprofundar nesse universo e buscar mais essa representatividade”, relembra Natália.
(Foto: Divulgação)
A Amazonas em Libras também teve a participação de dois tradutores intérpretes de LIBRAS. A pandemia, segundo a idealizadora, impediu que a produção fosse apresentada por um surdo, proposta inicial do projeto. Para isso, seria necessário capacitar um surdo para a dinâmica das gravações em externas e da interação com as câmeras. que atua como tradutora intérprete de LIBRAS pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), assumiu a missão de apresentar o programa, ainda em maio deste ano, quando a websérie foi gravada.
“O público surdo assim como diversas outras comunidades linguísticas minorizadas tem carência de equidade, diretos e acessibilidade linguística, projetos como a ‘Amazonas em Libras’, que protagonizam a língua de sinais, são extremamente necessários. Oportunizar o acesso de pessoas surdas não só nesse ambiente de trabalho, mas em espaços de discussão e construção de conhecimento é dar vez e lugar à cultura e a língua de povo que resiste”, destaca.
Para Andrei Severiano, que ficou responsável por mediar a comunicação dos ouvintes com o surdo, conta que a experiência transformou seu olhar para as produções e para as demandas da comunidade. “Foi desafiador e totalmente novo trabalhar como intérprete nesse projeto. Me possibilitou fazer novas tarefas e ações até mais técnicas dentro dessa área. Foi uma experiência importante e enriquecedora para meu lado profissional”, explica.
A websérie foi contemplada no prêmio Feliciano Lana, com recursos da Lei Aldir Blanc, promovido pelo Governo do Estado, via Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e apoio do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura.
Fonte: Governo do Estado do Amazonas em 29/11/2021
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