Manaus – O braço direito do governador do Amazonas Wilson Lima e um dos principais lobistas do Estado, Alessandro Bronze Toniza, passou a ‘colecionar’ empresas enquanto atuava nos bastidores da política amazonense. Desde 2018, o patrimônio das empresas do lobista cresceu mais de 800% e ele ampliou o leque de sociedades empresariais com atuação em outros Estados.
Segundo dados da Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2016, Alessandro Bronze declarou possuir quotas da empresa OSS Participações Ltda., que totalizavam R$ 2,5 milhões. Na época, o lobista foi candidato a vice-prefeito de Manaus. Hoje, o patrimônio da holding totaliza R$ 12 milhões.
No período do governo Wilson Lima Bronze ficou sócio de seis empresas, sendo três sediadas no Amazonas e as outras em Goiás. Consultado, Bronze respondeu que suas empresas nunca forneceram nada para o governo.
No Amazonas, Alessandro Bronze tem sociedade no empreendimento Shopping Popular Roadway, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). O lobista também possui participação na empresa Ultra Telecomunicações Ltda.
Em Brasília, onde se concentra o lobby empresarial e político do País, Bronze é proprietário da Bronze Assessoria & Consultoria Eireli, que atua, segundo registro de instalação, em “Atividades auxiliares da Justiça”.
Quebra de sigilo
Bronze é alvo de denúncia ainda na Assembleia Legislativa do Estado, onde no último dia 7, o deputado estadual Dermilson Chagas (Republicanos) chamou atenção dos demais parlamentares sobre a permanência do lobista nas dependências da Secretaria Educação e Desporto do Amazonas (Seduc), mesmo estando na mira da Polícia Federal e já ter sido alvo de solicitação de quebra de sigilo telefônico pela Justiça. A Seduc tem orçamento de R$ 3,1 bilhões, apenas em 2022.
O parlamentar ressaltou que Bronze vende, para o Governo do Amazonas, segurança jurídica em Brasília que não possui.
Dermilson ressaltou ainda que o governo tome providência e afaste da sua órbita esse tipo de gente porque começa a contaminar num processo eleitoral que se aproxima.
O deputado também questionou sobre a atuação do sócio do lobista, Orlando Júnior, a quem atribuiu como “o cara das malas” e concluiu que o parlamento tem preocupação com a imagem do Governo do Estado, para evitar novos escândalos que possam acontecer.
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