O ministro do Poder Popular para a Cultura da Venezuela, Ernesto Villegas, repudiou o feminicídio contra a artista circense Julieta Ines Hernandez Martinez e pediu punição exemplar para o crime. A mulher foi assassinada por um casal no dia 23 de dezembro em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus).
Em nota, Villegas também expressou reconhecimento ao governo brasileiro, tanto ao nível nacional como às autoridades do estado do Amazonas, por sua colaboração na repatriação dos restos mortais da vítima e na atenção aos familiares.
‘’A Venezuela perde com Julieta Hernández uma artista integral, expressão da identidade venezuelana. Formada pela UCV como médica veterinária, summa cum laude, foi fundadora da Rede Venezuelana de Palhaças com estudos no Brasil sobre o Teatro do Oprimido’’, diz trecho da nota.
O ministro afirmou também que a artista circense foi uma verdadeira embaixadora da paz na América. “No Brasil, ela desenvolveu intensos contatos com movimentos sociais daquela nação irmã sul-americana, mantendo sempre em alta a sua pregação feminista, o seu amor pela infância, pelos animais, pelo direito ao sorriso e pela Venezuela Bolivariana. O Governo Bolivariano e a comunidade artística venezuelana agradecem ao povo irmão brasileiro e à sua liderança social pelas manifestações e mobilizações realizadas a partir do momento em que Julieta desapareceu com a sua bicicleta inseparável”, finalizou.
Caso
O corpo da venezuelana foi encontrado no dia 5 deste mês. O casal Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos foram indiciados pelo assassinato da artista venezuelana Julieta Ines Hernandez Martinez. Eles responderão por latrocínio e ocultação de cadáver e Thiago ainda responderá pelo crime de estupro.
Thiago tentou roubar o celular de Julieta e, após entrarem em uma briga corporal, a enforcou. Em seguida, ele pediu para que a esposa amarrasse os pés da vítima e a levou para dentro de casa para abusar sexualmente dela. Quando Deliomara viu a cena, jogou álcool nos dois e ateou fogo.
Thiago conseguiu se salvar. Julieta foi enforcada com uma corda e teve seu corpo enterrado em uma cova rasa nas proximidades do local.
O casal teve a prisão em flagrante convertida para preventiva pela Justiça do Amazonas no sábado (6).
No Brasil, estão previstas manifestações para esta sexta-feira (12), mesmo dia que está marcado o velório da artista na cidade de Porto Ordaz, estado Bolívar, no sul da Venezuela, onde a palhaça se dirigia para reencontrar a mãe.
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