O Amazonas está entre os seis estados do país com os valores mais elevados no custo médio do material de construção com R$ 1.094,78, segundo o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank do Carmo Souza, a logística influencia para que o preço seja um dos mais caros.
“Naturalmente nós já somos mais caros, porque essa logística daqui, o transporte material é muito mais caro e nós temos pouca industrialização no segmento de construção civil. Não se produz cerâmica, não se produz aço, não se produz alguns outros tipo de materiais que poderiam ser produzidos aqui, exceto hoje os tijolos e o material mineral”, afirmou o presidente.
As primeiras posições do ranking de custo médio do material de construção, conforme o Sinapi, ficaram com o Acre no valor de R$ 1.193,93, Rondônia (R$ 1.130,01), Tocantins (R$ 1.125,71), Roraima (R$ 1.097,57), Mato Grosso (R$ 1.097,06) e Amazonas (R$ 1.094,78). O Estado com o menor custo médio do material de construção foi Sergipe (R$932,37).
Frank do Carmo ressalta que o aumento do valor também se deu por conta da seca histórica que assolou o Amazonas. “Todo mundo sabe que o preço do frete aumentou pelo menos 20% num container quando teve a seca. Então, para você ter o material e não atrasar a entrega das obras, você é obrigado a pagar um preço mais caro, isso tem que refletir no preço do material”, disse.
O combustível e a energia elétrica são outros fatores que impactam o valor do material de construção, segundo o Sinduscon-AM. “Aqui é a gasolina mais cara e o diesel mais caro que em outros estados. E a energia aqui também é mais cara. Então isso tudo reflete na conta. O calor também faz com que tenha uma produção menor. Então, ora, se você tem uma produção menor encarece o preço do metro quadrado”, destacou Frank do Carmo.
Setor Imobiliário
Os dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM) demonstram um crescimento no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ao todo, 712 vendas foram de imóveis no padrão econômico, enquanto 649 foram de outros padrões verticais, 369 foram de unidades horizontais e 21 unidades comerciais, somando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 511 milhões.
Segundo o presidente da Ademi-AM, Henrique Medina, houve um impacto nos preços dos imóveis por conta dos materiais de construção. “Aumentou o cimento, acabou aumentando o aço, acabou aumentando a grande maioria, eles vêm de fora de Manaus. Então, a partir do momento que o transportador tem uma dificuldade maior de transportar essa mercadoria, tem um tempo maior para transportar essa mercadoria, o preço acaba aumentando e o incorporador repassa isso para o preço final”, explicou.
Para Medina, é preciso “sensibilidade do poder público”. “é importante para entender esses gaps, entender essas necessidades para que a gente possa continuar fazendo com que o nosso preço esteja baixo e continuar fazendo com que as vendas estejam em alta”, finalizou.
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