Em um único dia, 38 investigações foram abertas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) para apurar denúncias de crimes cometidos por policiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os relatos incluem agressão, tortura, sequestro, abuso de autoridade, invasão de domicílio, retenção ilegal de dinheiro e celular, além de prevaricação.
Somadas, todas as denúncias envolvem, pelo menos, 288 agentes públicos, quase metade deles ainda não identificados pelas supostas vítimas.
Entre as denúncias, chama a atenção o relato do motorista de aplicativo Rennan Lima da Silva. Ele disse que, enquanto fazia um transporte de passageiros no Bairro São Francisco, os policiais militares Antônio José de Oliveira Cardoso (CI 16600), Marcilio Barros Pantoja (CI 21853) e Aglhas Sales Torres (CI 23175) apreenderam R$ 200 e mais o celular dele.
Depois o colocaram na viatura policial e ameaçaram apresentá-lo na delegacia com drogas das quais ele alegava não saber a origem. O motorista disse, na denúncia, que depois foi liberado em um estacionamento na Travessa Vivaldo Lima, próximo ao Porto de Manaus.
A Rádio Rio Mar solicitou posicionamento da SSP sobre as denúncias e os supostos crimes atribuídos aos agentes públicos, mas não houve resposta.
Em três das investigações instauradas, o MPAM apura possíveis crimes de prevaricação cometidos por agentes das Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e Adolescente (DEPCA), de Crime Contra a Fazenda Pública Estadual e pelo 30º Distrito Integrado de Polícia (DIP), por não prestarem esclarecimentos solicitados pelo próprio MPAM.
Há também denúncias de tortura durante interrogatório de custodiado, feita pelo custodiado Teomario da Silva Duarte. Também constam entre mais de 30 denúncias de agressão, lesão corporal ou violência durante prisão.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/SSP
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