Retornando do nosso recesso de fim/começo de ano, esse assunto me pareceu bem a propósito.
O Brasil desde o ano passado vem reativando a valorização da Educação e da Cultura, áreas que haviam sido não apenas negligenciadas mas propositalmente “demonizadas” e desmanteladas, especialmente nos desastrosos quatro anos do governo federal anterior.
Nesse sentido, foi chamada a 4ª Conferência Nacional de Cultura, a ocorrer no março próximo. Para tal foram realizadas em preparação as etapas municipais e estaduais, sob o tema “Democracia e Direito à Cultura”, abordado através de seis eixos temáticos:
1. Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura;
2. Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social;
3. Identidade, Patrimônio e Memória;
4. Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural;
5. Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade;
6. Direito às Artes e Linguagens Digitais.
Como etapa estadual, o Amazonas realizou a sua 3ª Conferência, entre 21 e 23 de janeiro, com a participação dos delegados eleitos nas conferências de mais de 30 municípios (vários tiveram sua primeira edição), convidados, observadores e inscritos. Em paralelo também ocorreram as reuniões dos setoriais de Cultura.
Fato a observar é o grande hiato desde a 2ª Conferência Estadual, ocorrida em 2013. As conferências, no entanto, têm como objetivo o estabelecimento de metas de longo prazo, o que de certa forma ameniza a distância temporal.
Entre conhecedores de renome em cada eixo, indicados criteriosamente, tive a felicidade e honra de ser escolhido para ser o palestrante do eixo 3, “Identidade, Patrimônio e Memória”, temas a que realmente sou muito afeito e no quais tenho envolvimento e prática de longo termo.
Agradeço ao Secretário Estadual de Cultura e Economia Criativa Apolo Muniz, ao Secretário Executivo Luiz Carlos Bonates (KK Bonates), à diligente equipe da SEC, e às colegas de eixo, Historiadora, Atriz e Ativista Francy Júnior (mediadora) e Antropóloga Dra. Luiza Guglielmini (relatora).
A missão enquanto palestrante era a de embasar e fomentar ideias para propostas pragmáticas de acordo com as premissas do eixo. O que parece ter surtido o efeito esperado, visto a qualidade das manifestações e debates que se seguiram. A maior preocupação era evitar a proliferação de propostas a partir de microidentidades, ou seja, interesses pouco coletivos, quase pessoais e de alcance muito limitado, o famoso “próprio umbigo”.
Com as propostas tiradas para o âmbito estadual e as que serão levadas para a Conferência Nacional, espero que nos próximos anos vejamos paulatinamente a implementação de políticas públicas em âmbito local e nacional eficientes e efetivas para os diversos segmentos culturais, em sintonia com as mudanças ocorridas e demandas surgidas nos últimos tempos. Além é claro, de recuperar o tempo perdido nos anos de “guerra à Cultura”.
A foto que abre este artigo, mostra a 3º Conferência Estadual de Cultura do Amazonas em janeiro de 2024, ao fundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo, fala durante o terceiro dia de conferência (Foto: Arthur Castro).
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