MANAUS (AM) - O número de favelas cresceu nos últimos anos no Brasil, especialmente no Amazonas, que lidera o ranking dos estados que mais possuem favelas em espaços urbanos. Conforme o levantamento divulgado nesta quinta-feira (4) pelo projeto MapBiomas, a área informal corresponde a 45% da região urbanizada do estado.
Já entre as capitais, Manaus ganha destaque pelo crescimento de áreas informais nos últimos 36 anos. De acordo com a pesquisa, o crescimento foi de 51%. Logo atrás, aparece Belém com um aumento de 48%.
O arquiteto urbanista e diretor do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Pedro Paulo, explica que esse fenômeno urbano ocorreu em razão do êxodo rural que ocorreu em todo o Brasil, o qual grandes grupos populacionais se mobilizaram para as regiões, onde houve um crescimento econômico. A
o mesmo tempo, não houve um planejamento para atender à demanda de tantas pessoas. Para Pedro Paulo, em Manaus não foi diferente.
“A partir da década de setenta, temos a implantação do projeto Zona Franca de Manaus que ocasionou uma enormidade de oportunidades de emprego tanto na indústria quanto no comércio e no serviço. A economia se tornou pujante novamente, tanto é que esse é o nosso segundo grande ciclo econômico, mas também resultou em uma série de problemas e um deles é a questão habitacional”, diz o arquiteto urbanista.
Para o diretor do Implurb, esses problemas se refletem em mais da metade do território da capital, que é composto por ocupações irregulares. “Temos sessenta e três bairros onde quase metade disso também é em áreas irregulares”, diz o arquiteto urbanista.
O levantamento mostra que entre os biomas brasileiros, a Amazônia é a região onde mais cresceu favelas, chegando a 18,2% o aumento de espaços ocupados de forma informal. Em média, o crescimento foi de 2,55% por ano, alcançando a maior porcentagem em comparação aos outros biomas.
Nos outros estados da Amazônia brasileira, aparecem o Amapá, com 22%, o Pará, com 14% e o Acre, com 12,6%.
Já o crescimento de espaços irregulares em todo o país, entre os anos 1985 e 2020, corresponde a 4,66% das áreas urbanas.
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